segunda-feira, 21 de março de 2016

O sonho de Deus: um continente sem prisões

A VI Conferência Episcopal latino-americana e Caribenha, em Santo Domingo, República Dominicana, em novembro de 2008, confirmada pelo Documento de Aparecida, apresentou os elementos básicos de Espiritualidades da pastoral carcerária como:

1) Espiritualidade trinitária. 
“Uma autêntica proposta de encontro com Jesus Cristo deve se estabelecer sobre o sólido fundamento da Trindade-Amor. A experiência de um Deus uno e trino, que é unidade e comunhão inseparável, permite-nos superar o egoísmo para nos encontrar plenamente no serviço para com o outro.” (DA.240).

2) Espiritualidade de comunhão, de inclusão e de diálogo. 
“A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14).” (DA.161).
3) Espiritualidade de Encarnação: de presença, de escuta e de acompanhamento. 
“Na história do amor trinitário, Jesus de Nazaré, homem como nós e Deus conosco, morto e ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. No encontro de fé com o inaudito realismo de sua Encarnação, podemos ouvir, ver com nossos olhos, contemplar e tocar com nossas mãos a Palavra de vida (cf. 1 Jo 1,1), experimentamos que “o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a humanidade doente e extraviada. Quando em suas parábolas Jesus fala do pastor que vai atrás da ovelha desgarrada, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro de seu filho pródigo e o abraça, não se trata só de meras palavras, mas da explicação de seu próprio ser e agir”. Esta prova definitiva de amor tem o caráter de um esvaziamento radical (kênosis), porque Cristo “se humilhou a si mesmo fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Fl 2,8) (DA. 142).

4) Espiritualidade de encontro com a pessoa de Jesus Cristo.
“O acontecimento de Cristo é, portanto, o início desse sujeito novo que surge na história e a quem chamamos discípulo: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”. Isto é justamente o que, com apresentações diferentes, todos os evangelhos nos tem conservado como sendo o início do cristianismo: um encontro de fé com a pessoa de Jesus (cf. Jo 1,35-39)”. (DA 243).

PCr de Minas Gerais realizará encontro de assessores e coordenadores (arqui)diocesanos

“O Papa Francisco revela sua atenção afetuosa com os presos e confidencia que cada vez que passa ‘pela porta de uma prisão para uma celebração ou para uma visita’ sempre tem ‘este pensamento: porque eles e não eu?’ e que ‘a queda deles poderia ter sido a minha’”.

Com esta motivação inicial, a coordenação colegiada da Pastoral Carcerária no Estado de Minas Gerais promoverá nos dias 26 e 27 de fevereiro um encontro de formação com os coordenadores e assessores diocesanos da PCr, na Casa de Retiros das Irmãs Sacramentinas, em Belo Horizonte (MG).

Pastoral Carcerária realiza formação para coordenadores e assessores (arqui)diocesanos

A Pastoral Carcerária do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realizou nos dias 26 a 27 de fevereiro, na Casa das Irmãs Sacramentinas, em Belo Horizonte (MG), o Encontro de Formação de Coordenadores(as) e Assessores (as) (Arqui)diocesanos(as).

Com o objetivo discutir e encaminhar alguns pontos importantes na caminhada da Pastoral para ano de 2016, os participantes conversaram sobre a eleição da coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária do Regional Leste 2, o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e Jubileu dos presos e a Campanha da Fraternidade Ecumênica, além  da organização da Assembleia da Pastoral Carcerária que será realizada nos dias 22 a 24 de abril, na diocese de Uberlândia (MG). O encontro propôs também a reflexão sobre os desafios e dificuldades de prestar Assistência Religiosa nas unidades prisionais.

domingo, 20 de março de 2016

Vida de Santo

São Dimas - o Bom Ladrão e Jesus Cristo
Queridos leitores, a coluna Vida de Santo trará em todas as edições um pouco sobre a vida destes homens e mulheres que deram sua vida pelo evangelho, pela causa do irmão. Nesta edição, de forma especial, não seguiremos os santos do mês, falaremos de São Dimas, o bom ladrão, o santo padroeiro pela conversão de bêbados, jogadores e ladrões.

Dimas foi célebre ladrão. Exerceu o banditismo na Judéia. Era de origem egípcia, pagão, e não judeu. “Sobre a cruz – diz são João Crisóstomo – dois ladrões, imagem dos judeus e dos gentios. O ladrão penitente, a imagem do paganismo, andando primeiramente no erro, e voltando para a verdade. O que permanece ladrão até a morte é a imagem dos judeus até a hora da crucifixão andaram eles pelo caminho do crime. A cruz, porém os separa."

domingo, 13 de março de 2016

Palavra do Pastor

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano
Por que a Páscoa não tem
data fixa?

Ao chegar a Páscoa, muitos se perguntam: em que dia cairá? Por que não há uma data fixa?

Sabemos que a Páscoa cristã se celebra sempre num domingo, mas a cada ano variam-se as semanas e, às vezes, o mês. Entre os católicos, costumeiramente se diz que não há Páscoa antes de São José (19 de março) nem depois de São Marcos (25 de abril).

As expressões “Páscoa baixa”, “Páscoa média” e “ Páscoa alta” estão relacionadas a esta movimentação da maior das efemérides cristãs que transita entre as últimas semanas de março e a última de abril.

Para se calcular a data da Páscoa, quando se celebra a jubilosa Ressurreição do Senhor, são importantes duas referências: a história do povo de Israel e a ciência da astronomia. Na verdade, as duas coisas andam juntas. Na Páscoa judaica (Pessah, na língua hebraica), recorda-se a passagem da noite em que povo hebreu ficou livre da escravidão do Egito, depois de uma série de inequívocas intervenções de Deus, primeiro com pragas enviadas ao Faraó opressor, e uma sequência de bênçãos prodigiosas, como a passagem do Anjo Exterminador, a travessia do Mar Vermelho, o Maná do Deserto, as codornizes, a água que brotou da rocha e outros sinais. Tal libertação se deu no primeiro plenilúnio após o equinócio da primavera do hemisfério norte, que acontece entre os dias 19 a 21 de março.

A morte de Cristo também se deu numa sexta-feira, antes da festa da Páscoa do povo hebreu, repousando na penumbra do sepulcro no Shabat (sábado) e ressuscitando na manhã clara do primeiro dia da semana, que os cristãos desde então chamam de Domingo, ou seja, Dies Domini (Dia do Senhor).

O equinócio é um fenômeno natural constatado pela astronomia, quando o sol, pela sua posição em relação à Terra e à Lua, emite seus raios de forma exatamente perpendicular à linha do equador, ocorrendo então a equiparação das horas do dia e da noite, tendo cada um pontualmente 12 horas. O termo ‘equinócio’ tem origem na língua latina: aequus (igual) e nox (noite). No ano há dois equinócios: o de março, entre os dias 19 e 21, que dá início a estação da primavera no hemisfério norte e outono, no hemisfério sul; e o de setembro, entre os dias 20 e 23, que estabelece o início das novas estações nos dois hemisférios, de forma inversa à anterior.

Pelos estudos cronológicos, a data fixa da morte de Cristo teria sido, mais ou menos, no dia correspondente ao 3 de abril do nosso calendário atual. A imprecisão se verifica, porque nossos calendários não conseguem ser matematicamente exatos, por haver certa discordância entre a forma de contar os dias e a realidade da incidência da luz proveniente dos astros. Vejamos que o ano não tem exatamente 365 dias, mas se compõe ainda de algumas horas, minutos e segundos (365d 5h 48m 46s). É necessário também levar em consideração o desenvolvimento da astronomia e da cronologia na história. Em vários momentos foi necessário haver medidas para acertar e corrigir distorções na organização do tempo. Por exemplo, nos tempos modernos, no ano de 1582, o Papa Gregório XIII, orientado por estudiosos da astronomia, determinou a eliminação de 10 dias no calendário, exatamente de 5 a 14 de outubro, pois havia desencontro entre a realidade solar e a contagem dos dias no ano. Isto veio também ajustar a data da Páscoa. Por causa desta louvável iniciativa do Papa mencionado, o calendário que se usa hoje se chama Calendário Gregoriano.

Vejamos, portanto, que não há Páscoa sem lua cheia e nem sem mudança de estação. Na Páscoa tudo se renova, tudo revive, tudo se ilumina da forma mais exuberante possível, pois, segundo a fé dos judeus e a dos cristãos, assim é que se revela a grande misericórdia de Deus que não quer a morte do pecador, nem a escravidão da criatura humana nas trevas do erro e da ilusão, mas quer que ele viva, e seja feliz.

A Páscoa preside todo o calendário litúrgico cristão, estando as festas móveis sujeitas à data da Páscoa, como, por exemplo, a 4ª feira de Cinzas, que dá início à quaresma quarenta dias antes da celebração pascal, além das festas posteriores à Páscoa, como Pentecostes, Corpus Christi e outras celebrações móveis.

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora


Páscoa de 2017

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Quaresma: Tempo de Conversão


O vocábulo ‘converter’, etimologicamente, significa verter os olhos para um mesmo ponto, no caso, verter os olhos para o seu próprio interior, revisando sua vida em relação à Palavra de Deus. Para tal exame é indispensável ter o olhar lançado em duas direções: para si mesmo, a fim de reconhecer suas falhas, e para Deus, com objetivo de re-contemplar seu projeto e visualizar sempre de novo a sua misericórdia.

A pessoa humana está sempre sujeita a defeitos, a erros e ao pecado e terá necessidade de estar em contínua atitude de conversão. Nada a deve desanimar, nem mesmo as grandes faltas que por acaso tenha cometido, pois delas pode se arrepender, converter-se e obter de Deus o perdão. Vejamos o que o Senhor nos diz: No mundo tereis provações; mas tende coragem, eu venci o mundo (Jo. 16,33).

Para garantir o perdão a todos os que se arrependem e procuram sinceramente reconciliar-se com Deus, Jesus Cristo instituiu o Sacramento do Perdão, como se vê registrado no evangelho de São João 20,23, dirigindo-se aos apóstolos: Recebei o Espírito Santo! “A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes serão retidos”.

A graça de Deus nos impele continuamente a recomeçar. A queda não pode derrotar quem tem um coração aberto para Deus, quem se dispõe a olhar para frente e sabe que sua força e sua meta estão mesmo no Senhor. Em Cristo somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou (cf. Rm. 8,37).

Para bem compreender esta realidade humana de consistência frágil, basta olhar para as coisas materiais. Elas estão continuamente sujeitas à deterioração. Envelhecem, estragam, acabam. Assim também o nosso corpo, assim até mesmo o nosso espírito, que embora seja eviterno, passa por situações muito semelhantes à da matéria no que tange à fragilidade. Mas há no homem o instinto de recomeçar. As coisas nós reformamos, restauramos, renovamos, trocamos peças, repintamos, recondicionamos. Com nosso corpo nós o tratamos, o medicamos, curamos as feridas.

Em relação ao espírito, o remédio que cura é a graça divina, é, na verdade, Cristo que restaura em si todas as coisas, assumindo os nossos pecados e por nós morrendo na cruz. Nele somos reconciliados. Cristo conviveu com o pecado sem se submeter a ele, para nos dar a graça de vencer o pecado, nos reconciliando com Deus. Essa força regeneradora paga com seu sangue derramado na cruz se atualiza no Sacramento da Confissão, praticado nos meios católicos desde os primeiros séculos. Por meio dele, nós participamos da santidade divina, por misericórdia do próprio Deus. O mal nos engana, nos enfraquece, nos distancia de Deus, mas Deus vem em socorro da franqueza humana.
Por isso a Palavra de Deus nos diz: renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti-vos do homem novo (Ef. 4, 23-24).

Algumas condições são indispensáveis para que gozemos do perdão de Deus. A principal delas é a humildade em reconhecer-nos pecadores e necessitados, irrenunciavelmente, da graça de Deus. Depois é necessário explicitar-se honestamente a Deus, relatando com autenticidade seus pecados a Ele, mediante o ministro sagrado que o representa, abrindo a ação de Cristo que lhe concede o perdão e o reconcilia com a comunidade.

Uma confissão sacramental bem feita traz-nos paz e encoraja-nos no progresso de nossa vida espiritual, comunitária e eclesial. A confissão nos dá a graça da reconciliação e nos devolve o ânimo na luta pela santificação pessoal em favor dos valores do Reino de Deus, de amor, justiça, solidariedade, perdão e paz.

A busca da reconciliação com Deus, com o próximo e com a comunidade de fé nos prepara para a noite santa da Páscoa, quando celebraremos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Lá poderemos cantar com alegria: Onde está a tua vitória, ó morte?! Cristo destruiu, com sua morte, todo pecado!

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora



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Advento: Tempo de evangelização (Trecho de um artigo)

Para preparar os corações e a mente para a vinda de Jesus, celebra-se em todo o mundo o tempo do Advento. A participação, se possível diária, na Eucaristia, as leituras bíblicas, as novenas de Natal em família, são alguns passos que nos ajudam a participar mais intensamente do Natal. Porém, a primeira parte do Advento, até o dia 16, damos maior atenção à preparação da segunda vinda do Senhor, quando voltará para julgar os vivos e os mortos. Tudo isto está em plena consonância com o Santo Evangelho de Jesus Cristo.

É importante que cada cristão se conscientize de sua responsabilidade na construção de um mundo novo sobre as bases do amor a Deus e ao próximo, anunciando Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, caminho, verdade e vida!


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Conclusão do Ano da Misericórdia


Depois de percorrer um ano na escola da misericórdia, encerramos o Ano Santo Extraordinário. Domingo passado, nas Dioceses do mundo inteiro, foram fechadas as Portas Santas. No presente Domingo, Festa de Cristo Rei do Universo, o Papa Francisco faz o mesmo rito na Basílica de São Pedro, em Roma.


Em nossa Arquidiocese de Juiz de Fora, incluímos à significativa cerimônia a ordenação de dois novos ministros consagrados, um para a Ordem do Presbiterado e outro para o Diaconado, a saber, Padre Miguel Souza Campos e Diácono Bill Jonatas. Esperamos que possam viver seus ministérios como ícones da misericórdia, recordando a todos o dever de estar sempre atentos a esta virtude, sem a qual não há salvação, conforme o evangelho de Mateus.


De fato, a Misericórdia para Cristo é indispensável para a salvação, como está expresso no referido evangelho, onde se lê: Vinde, benditos de meu Pai, possuí como herança o reino que vos está destinado desde a fundação do mundo, pois, tive e fome e me deste de comer, sede e me deste de beber, estava nu e me vestistes, estava na prisão e fostes me visitar, estava doente e me socorrestes, era estrangeiro e me acolheste! (Mt 25,34-46).

Aos que forem infiéis às obras de misericórdia, ele proclamará inevitavelmente a sentença de condenação, uma vez que foi recusada a graça oferecida.
Mateus, narrando sua própria vocação apostólica, diz que Cristo, ao aceitar seu convite para uma refeição, terminou seu discurso com as seguintes palavras: Quero Misericórdia e não sacrifício. De fato não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9, 13).

Estas palavras de Cristo nos remetem aos costumes dos judeus de oferecerem sacrifícios de animais ao Altíssimo. Tal atitude seria, sem dúvida, louvável se revestida de sentimentos autênticos de doação, de reconhecimento do Senhorio de Deus sobre nós e nossas coisas. Porém, esta atitude de oferta, pura e simplesmente, não é suficiente para a salvação. Isto só se dará com a oferta do Cordeiro Imolado, o Cristo que ofereceu, no altar da cruz, seu corpo e sangue.

Quanto ao sacrifício de animais dos antigos judeus, com o passar dos tempos, para muitos o costume foi se tornando rito vazio, desligado da vivência do amor ao próximo, da caridade, do compromisso com os irmãos, sobretudo com os pequenos. Também, pode-se observar na história dos hebreus que, pouco a pouco foi se desenvolvendo entre algumas classes um sentimento de desprezo pelos estrangeiros, e por aqueles que consideravam pecadores, chegando até mesmo a certo orgulho religioso. Lembremo-nos da parábola do fariseu e o publicano (Cf. Lc 18, 9-14).

O Senhor, ao chamar Mateus, um judeu detestado e considerado pecador, por ser cobrador de impostos, servidor do governo opressor do Império Romano, indo inclusive almoçar em sua casa, em companhia de outros pecadores, causou estranheza aos fariseus, mas dá uma lição para a história.

O Ministério Diaconal é a expressão de Cristo-Diácono, servidor do Pai das Misericórdias, cujos olhos estão voltados preferencialmente para o pobre e o pequenino. No serviço humilde e dedicado a todos, santos ou pecadores, o Diácono realiza sua vocação, enquanto permanece unido aos sentimentos de Cristo, servindo com alegria e sabendo dizer com descanso na alma: fiz o que deveria fazer; de minha parte sou um servo inútil.

A Ordem do Presbiterado oferece um passo à frente no serviço total a Deus, na misericórdia da ação pastoral, na celebração dos mistérios de Cristo, com santidade, no governo humilde e misericordioso da parcela do povo de Deus que for colocada pelo Bispo ao seu cuidado.

Em qualquer destas funções, há de haver o primado da Misericórdia, a atenção aos que mais precisam dela, aos considerados pecadores, aos quais o Senhor quer oferecer nova oportunidade, inclusive pelo exercício do sacramento da Confissão, o sacramento da misericórdia.

O gesto necessário de fechar as portas do Ano Santo não funciona como o findar da prática da misericórdia - seria um contrassenso - mas justamente ao contrário. Depois do exercício espiritual de um ano temático, tem início agora um novo tempo em que se poderá ser muito mais misericordioso que antes.



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MENSAGEM URGENTE DO ARCEBISPO

MISERICORDES SICUT PATER!

Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos é a mim que estareis fazendo (Mt 25, 40).


Ao Clero e a todo o Povo de Deus

Em vista dos grandes sofrimentos, da fome e da sede pelos quais nossos irmãos haitianos estão passando, vítimas de recentes desastres ecológicos, lançamos neste sábado, 22 de outubro, Memória Litúrgica de São João Paulo II, a Campanha SOS HAITI, na Arquidiocese de Juiz de Fora, solicitando que em todas as Paróquias e Comunidades seja feita coleta de alimentos não perecíveis a serem enviados àqueles nossos irmãos em estado de penúria.

Para coordenar tal Campanha, nomeio o Reverendíssimo Padre Welington Nascimento de Souza, Vigário Paroquial da Catedral Metropolitana, que organizará uma Comissão para, com ele, viabilizar a arrecadação e o encaminhamento das doações ao seu destino.

Ficam os Párocos e Administradores Paroquiais encarregados de promover tal campanha em suas paróquias e encaminhar o material arrecadado à Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, sob os cuidados do mencionado padre coordenador.


Recordo a necessidade ser sermos céleres e dedicados, pois a fome e a sede não esperam.


A todos agradeço o atencioso empenho e envio especial bênção em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
Juiz de Fora, 22 de outubro de 2016

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Ideologia de Gênero e o Papa Francisco

Na viagem de retorno da Geórgia e do Azerbaijão, semana passada, o Papa Francisco foi perguntado por repórteres sobre ideologia de gênero. O Papa foi enfático, mais uma vez, na condenação explícita de tal teoria. Ele afirmou que impor tais ideias às crianças na escola é maldade. Já no sábado, quando ainda estava na Geórgia, ele pronunciara: “uma grande inimiga, uma ameaça contra o matrimônio é a teoria de gênero”.


O Papa já havia, em outra ocasião, se referido a tal ideologia como uma “colonização ideológica”, comparando-a às ideologias nazistas e fascistas que se impuseram pela força e por meios variados, alguns totalmente desonestos e desumanos, e que acabaram provocando desastres horríveis na humanidade, incluindo a guerra mundial que dizimou milhões de vítimas inocentes. É bom recordar que, somente depois da destruição, se reconheceu por completo o mal que se assomou sobre a dignidade humana, resultando hoje na condenação generalizada daquelas terríveis ideologias do século XX.

É preciso tomar cuidados atualmente para que os ideólogos do gênero, fascinados como estavam os nazistas e os fascistas, não façam progresso e sejam detidos pelo bom senso e pelo respeito às famílias que desejem educar seus filhos sem tais imposições e não se cometa a nociva intolerância religiosa, impondo às famílias cristãs tal agressão à sua consciência, exigindo delas que deixem de acreditar em Deus Criador, Salvador e Santificador.

A defesa do respeito devido à mulher e a qualquer outra pessoa, independente do comportamento sexual, é tese praticada pela Igreja, porém tentar resolver a questão através de imposição de ideias duvidosas e irreais, e que agridam o direito das famílias é outra coisa.

Para o Papa Francisco, bem como para o Papa Emérito, Bento XVI, a coisa é tão séria que eles chegam a alertar que a ideologia de gênero, nas suas consequências, chega a negar a obra criadora de Deus e por fim a negar até mesmo a existência de Deus. Pois, se Deus não é reconhecido como criador da ordem humana como ensina a Sagrada Escritura – Homem e mulher os criou – (cf. Gên 1, 27), verdade sempre ensinada pelo Cristianismo, pelo Judaísmo e até pelo Islamismo, o deus que a ideologia de gênero possa admitir não será nunca o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, nem, muito menos, o Deus de Jesus Cristo.

Em 2014, uma entrevista feita com Francisco, gerou a publicação de um livro, cujo título em italiano é Papa Francesco: questa economia uccide (Papa Francisco: esta economia mata), no qual o Papa aponta novos “Herodes” da época moderna que “destroem, que tramam projetos de morte, que desfiguram a face do homem e da mulher, destruindo a criação”. O Papa exemplifica: “Pensemos nas armas nucleares, na possibilidade de aniquilar em alguns instantes um número muito elevado de seres humanos. Pensemos também na manipulação genética, na manipulação da vida, ou na ideologia de gênero que não reconhece a ordem da criação”.


O Papa Bento XVI já havia assinalado: “Quando a liberdade para ser criativo se torna liberdade para criar a si mesmo, então necessariamente o próprio Criador é negado e no final das contas também o homem é despojado de sua dignidade como criatura de Deus, como a imagem de Deus no núcleo do seu ser”, concluiu Bento XVI. “A defesa da família tem a ver com o próprio homem. E fica claro que, quando se nega a Deus, a dignidade humana também desaparece”.


Com Papa Francisco, os cristãos, sejam católicos, protestantes ou ortodoxos estão unidos na profissão desta crença.



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Os anjos existem?

Praticamente em todas as religiões se crê que, além das criaturas humanas, há também espíritos incorpóreos criados por Deus, dotados de inteligência e vontade. Na fé judaica e cristã, eles existem para prestar culto perpétuo a Deus e auxiliar os humanos em seu dia a dia.
A Bíblia Sagrada, seja na versão judaica, seja na versão católica seja nas versões protestantes, apresenta abundantes menções aos anjos e faz distinção hierárquica, constituindo-os em nove coros, entre serafins, querubins, tronos, dominações, potestades, virtudes, principados, arcanjos e anjos.


Já no livro do Gênesis, encontram-se várias referências aos anjos, entre as quais se destaca a visita de três seres celestiais a Abraão, que prenunciaram o nascimento de seu filho com Sara, sua esposa estéril e idosa (cf Gên 18). No livro de Tobias encontra-se a história do Arcanjo Rafael (medicina de Deus), sendo ele o socorro do velho Tobit que ficara cego ao praticar a caridade de enterrar dignamente os mortos. O Arcanjo lhe traz fel de peixe e o cura. Isaías se refere a Serafins. Daniel revela visões de anjos e apresenta o Arcanjo Miguel (Quem como Deus?) como chefe defensor no combate contra os persas infiéis (cf Dan 10, 1 – 20). Miguel é conhecido como Príncipe das Milícias Celestes.

No Novo testamento, as referências aos anjos são também numerosas, tendo o Arcanjo Gabriel (Força de Deus) anunciado a Maria o nascimento de Jesus, o Divino Salvador, cumprindo assim a principal e mais elevada missão entre todos os anjos e santos. Nas pregações de Jesus, encontramos várias alusões aos anjos, destacando-se a presença do anjo consolador nas agonias do Horto das Oliveiras, na noite que antecedeu a sua condenação e morte na cruz. Também anjos se apresentaram ao lado do túmulo, no domingo da ressurreição, anunciando que Cristo vencera a morte e se encontrava vivo.

Nas cartas de São Paulo e de São Judas, encontramos menções que revelam a plena fé dos primeiros cristãos na existência e nas ações dos anjos. No Apocalipse, a figura do Arcanjo Miguel toma grande importância, sendo apresentado como o defensor da “mulher que estava para dar à luz seu Filho”, vencendo a força infernal de um poderoso dragão que “com sua calda arrastava a terça parte das estrelas do céu” (cf Ap 12, 1- 18). Os cristãos sempre viram na figura desta mulher a Santíssima Mãe de Jesus e ao mesmo tempo a imagem da Igreja sempre ameaçada pelo poder do mau.

Nos escritos teológicos dos Santos Padres, também é frequente o estudo e a defesa da fé na existência dos anjos, como em São Clemente (séc. I), Santo Ambrosio (séc. IV), Pseudo-Dionísio, o Areopagita (séc. V), São João Damasceno (séc. VIII). São tomados de grande importância os estudos de São Tomás de Aquino (Séc. XIII) e tantos outros. Na idade Moderna, o Concilio de Trento (séc XVI) e na Contemporânea, o Concílio Vaticano II (séc XX) e o Catecismo da Igreja Católica (CIC), seguem confirmando a doutrina sobre os anjos.

Na liturgia Católica, ao menos duas festas se destacam em louvor aos Anjos, sendo uma dia 29 de setembro, quando celebra a festa dos Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel e ainda a memória dos Santos Anjos da Guarda, no dia 2 de outubro. Também os Anglicanos, os Luteranos, outras correntes protestantes, bem como os Ortodoxos têm, em seus calendários, liturgias próprias dos Anjos.

Os anjos nos protegem, nos animam e nos impulsionam no caminho da santidade e da dignidade, da prática do amor e dos serviços ao próximo, nos colando sempre perante Deus que não se cansa de manifestar sua misericórdia e de nos amparar com seu amor. Creio firmemente nesta doutrina e quando vejo pessoas dedicadas e humildes ao lado de doentes ou servindo desinteressadamente aos pobres, me lembro deles e penso em meu coração: os anjos existem: eu os vejo também na terra.


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Peregrinando a Aparecida 
 
  No dia 27 de agosto, milhares de fiéis da Arquidiocese de Juiz de Fora se dirigiram ao Santuário Nacional de Aparecida, levando, devotamente, a imagenzinha da Padroeira do Brasil, que percorreu as nossas 90 paróquias, desde 2 de janeiro passado. Foram mais de cem veículos como ônibus, vans, carros e outros que transportaram o povo de Deus em peregrinação à casa de Maria. A mega romaria arquidiocesana contou com a participação efetiva de praticamente todos os padres, diáconos, seminaristas, muitos religiosos e religiosas, além de milhares de leigos e leigas, como acima referido.
Celebrada a missa ao meio-dia, na Basílica da capital espiritual do Brasil, foi emocionante receber, das mãos do Reitor do Santuário, a oferta da referida imagem peregrina que retornou à nossa Igreja Particular juiz-forana, onde ficará perpetuamente em veneração, recordando os 300 anos do encontro da estatuazinha original, que serão celebrados festivamente em outubro de 2017 e que motivaram estas movimentações religiosas entre nós, neste corrente ano de 2016.
    Foi em 1717 que os fatos se deram. Três pescadores de Guaratinguetá, encarregados de pescar peixe no rio Paraíba do Sul, para um banquete a ser oferecido ao Conde de Assumar, importante autoridade do Reino de Portugal na então colônia brasileira, governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, e nada conseguindo depois de várias tentativas, acabaram por pescar uma pequena e simples imagem negra, rota, faltando-lhe a parte da cabeça. Ao lançar, desiludidos, novamente as redes, eis que, curiosamente vem à tona a parte faltante que ajustaram à estátua antes pescada. Depois de tal fato, narram os relatos da época, foi de tal maneira abundante a pesca que não puderam senão convencer-se de que se tratava de um ato miraculoso. Conservada amorosamente por um destes pescadores, os fatos extraordinários se sucederam, demonstrando a predileção de Deus para com aquela gente sofrida e pobre, sobretudo escravos injustiçados pelo regime e pelos maus tratos.
    Os milagres são sempre feitos por Deus. Só Deus pode fazer tais maravilhas, pois só a Ele nada é impossível (cf. Lc 1, 37). Porém, a misericórdia de Deus pode chegar até nós por milagres pedidos pela intercessão dos santos e anjos, especialmente de Maria, a Mãe do Senhor, como aconteceu nas bodas de Caná (cf.Jo. 2, 1- 11).
    A devoção a Maria ao redor daquele singelo símbolo foi crescendo de tal maneira na região, espalhando-se pouco a pouco para todo o Brasil, ao ponto de hoje tornar-se uma grande e expressiva força de genuína evangelização, piedade e mística em sua enorme e bela Basílica Nacional na cidade de Aparecida, Estado de São Paulo. Sem dúvida, o maior dos milagres de Deus em Aparecida, segundo meu entender, é o fato de uma imagem tão pequena, simples, destituída de maiores expressões da arte, quebrada e reconstituída, conseguir movimentar, depois de 300 anos, milhões de fiéis para louvar a Deus, ouvir sua palavra, vivenciar sua fé, crescer na sua espiritualidade, aumentar sua confiança na solução sobrenatural de tantos problemas que afligem o coração de cada um e, às vezes, guardados no mais profundo segredo dos corações. Isso desafia a tentação de racionalizar a fé. Deus é maior que a razão, pois Ele é seu criador.
    Entre os arcos românicos da majestosa basílica, inebriados pela beleza e simbolismo bíblico da arte de Cláudio Pastro, os peregrinos arquidiocesanos, ao se prepararem para as celebrações do tricentenário ano que vem, vibraram, cantando o hino de autoria do juiz-forano, Belmiro Braga, com música de Padre Leman, ex-pároco em Juiz de Fora, ambos hoje na eternidade: Virgem Mãe Aparecida, nossa vida, nossa luz, dai-nos sempre nesta vida paz e amor no Bom Jesus!

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Santo Antônio de Juiz de Fora



    Quem hoje vai de Juiz de Fora para Leopoldina, ao subir a Rua Francisco Cerqueira Cruzeiro, à altura do número 770, no bairro Santo Antônio, avistará, à direita, uma pequena igreja que é a sede da Paróquia Santo Antônio do Paraibuna, criada por mim a 12 de junho de 2011, com o fim de marcar importante dado histórico: ali nasceu Juiz de Fora. Novo projeto arquitetônico promete valorizar ainda mais o espaço e, mais uma vez, destacar a pessoa de Jesus Cristo anunciada por Santo Antônio, seu discípulo pregador do evangelho no século XIII e que continua agregando pessoas para Deus em nosso tempo.

    Os primeiros moradores desta região aqui viveram nos princípios do século XVIII, à margem do chamado Caminho Novo, trilha que ligava Rio de Janeiro a Vila Rica. A história local reserva como marco inicial de Juiz de Fora a fazenda de Antônio Vidal que, em 1741, pede ao Bispo do Rio de Janeiro licença para erigir uma capela em hora de Santo Antônio, com o fim de ele e sua família, não ficarem privados dos Sacramentos da Igreja de Cristo, que ao Brasil chegou junto com o colonizador, pelo regime de Padroado. 

    Dada a autorização pedida, ergueu tal capela no local acima mencionado, conhecido por Morro da Boiada que se tornou centro de pequena povoação. 

    Em 1812, outro Antônio (Alferes Antônio Dias Tostes) adquire a fazenda de Vidal e, estando aquela antiga capela em estado precário, pede nova licença à autoridade diocesana, agora já da Diocese de Mariana criada em 1745, para construir outra, o que de fato se realiza. 

    O povoamento ia lentamente crescendo, registrando-se, em 1831, conforme dados do Arquivo Publico Mineiro, 1.419 moradores no pequeno arraial ainda pertencente à Paróquia de Simão Pereira. A genuína fé cristã permanece viva entre o povo, animada pelos exemplos e o patrocínio de Santo Antônio que aglutina grande devoção na região. Prova-o a provisão emitida pelo Governo Provincial de Minas, datada de 8 de março de 1844, para que fosse construída nova capela em louvor do venerado santo, mais ampla e confortável, por ter aumentado consideravelmente o número de habitantes. Tal edificação já se dá em região mais plana, onde a população mais se desenvolveu, sendo trazida para ela a imagem original que antes se venerava na ermida do Morro da Boiada. Estamos já em época de pleno movimento da Estrada Geral que substituía o Caminho Novo, construída pelo engenheiro Henrique Halfeld. 

    Em 31 de maio de 1850, foi instalada por ordem do Bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, a Freguesia, ou seja, Paróquia de Santo Antônio do Paraibuna do Juiz de Fora, criada por ato do Imperador Dom Pedro II. Esta é a razão de se comemorar, civilmente, o aniversário da cidade nesta data.

   Pelos esforços de Henrique Halfeld, à época membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento, e do primeiro Pároco, Padre Thiago Mendes Ribeiro, a vila recebe, em 1856, o foro de cidade conservando o título de Santo Antônio do Juiz de Fora, desmembrada do município de Barbacena.

   Com a construção da estrada de rodagem União e Indústria, a primeira macadamizada na América do Sul, inaugurada por Dom Pedro II em 23 de junho de 1861, mês do Padroeiro, ligando Juiz de Fora a Petrópolis, a cidade tomou novo impulso em desenvolvimento. Com o sensível crescimento populacional, foi necessário construir uma igreja matriz muito mais ampla que a interior, inaugurada em 1878, que, mais tarde, receberá ampliação e embelezamento após a criação da Diocese em 1924. Tais serviços arquitetônicos tiveram lugar nas décadas de 1940-50. Também a Diocese escolhera para seu padroeiro o mesmo Santo taumaturgo e mestre em bíblia, natural de Lisboa, falecido em Pádua, sempre venerado e invocado como intercessor, na única mediação de Cristo.

   Ao celebrar a sua emancipação política, Juiz de Fora une as datas de 31 de maio à de 13 de junho, recordando fatos importantes da sua história, louvando seu Padroeiro, ao redor do qual a cidade nasceu, cresceu, continua a se desenvolver e a quem nós suplicamos bênçãos para todos os que aqui vivemos. Viva Juiz de Fora nos seus 166 anos!

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Estive preso e me fostes visitar

O evangelista São Mateus registrou uma das pregações mais importantes de Jesus a respeito das condições para sermos salvos.

Longe de dizer que bastaria a fé abstrata, Jesus faz longa explanação sobre obras concretas de misericórdia, entre as quais se encontra explícita referência ao cuidado com os encarcerados: estive na prisão e me fostes visitar (Mt 25,36). E ao final, Jesus diz claramente:
Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes mais pequeninos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes. (Mt 25,40).

O blog e o informativo “São Dimas”, da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Juiz de Fora, vem colaborar com esta prática da misericórdia, porquanto servirá de instrumento de comunicação entre os cristãos em geral, os agentes e a comunidade dos encarcerados, levando-lhes a Palavra de Deus, a formação humano-religiosa e dando alívio a quem está na desilusão.

Louvo a iniciativa de Pe. Welington Nascimento, Assessor Arquidiocesano da Pastoral Carcerária, de fazer nascer este instrumental de comunicação, certo de que vai gerar novas etapas da prática desta indispensável obra de misericórdia exigida por Cristo.

Chama-nos à atenção o sugestivo nome escolhido para tais informativos: São Dimas. De fato, a figura deste criminoso que se converteu e foi salvo na última hora de sua vida por ter sido humilde e confiante em Nosso Senhor, torna-se força de conversão para todos nós, livres ou aprisionados, inocentes ou culpados. Ao diálogo com Jesus “Lembra-te de mim, quando estiveres no teu reino; hoje mesmo, estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43), temos a certeza de que nem tudo está perdido na vida de ninguém, por pior que seja o crime cometido.

Enquanto houver vida, haverá esperança e quando pensamos que algum caso não tenha solução, chega a graça de Deus para conferir o resultado indispensável.

Eis o sentido mais profundo da Pastoral Carcerária.

terça-feira, 8 de março de 2016

Pastoral Carcerária realiza encontro na Arquidiocese de Mariana

Entre os dias 2 e 4 de maio foi realizado na Arquidiocese de Mariana a 16º Assembleia da Pastoral Carcerária do Regional Leste II. O tema do encontro foi “a violação da dignidade e da liberdade humana”. O evento contou com assessoria do padre Ricardo Rezende, do clero da Arquidiocese do Rio de Janeiro e reuniu 170 agentes de Minas Gerais e Espírito Santo, que formam o Regional Leste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
           
Sete representantes da Arquidiocese de Juiz de Fora participaram do evento, padre José Maria, diácono Nivaldo, seminarista Jorge (comunidade Magnifica), Ubiratã, Maria Amélia, José Fernandes e o diácono transitório da Catedral, Welington Nascimento de Souza.

Pastoral arrecada cobertores para detentos em Campanha do Agasalho

O Vicariato da Caridade em comunhão com o arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, promoveu uma grande campanha de coleta de cobertores com as diversas paróquias da Arquidiocese de Juiz de Fora em benefício dos encarcerados das Unidades Prisionais da cidade.

Mais de 600 cobertores foram entregues, no dia 27 de junho, no Ceresp. “Queremos agradecer a iniciativa de todas as pessoas que ajudaram nesta campanha e também agradecer ao nosso arcebispo dom Gil, aos padres José de Anchieta e José Maria de Freitas e todos aqueles que contribuíram”, afirmou o diácono da Catedral Welington Nascimento que também auxilia os trabalhos da Pastoral Carcerária.