quinta-feira, 27 de outubro de 2016

No Jubileu dos Presos, TV Aparecida mostrará a realidade das prisões no Brasil

Neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco destinou um dia especial para aqueles que estão encarcerados: trata-se do Jubileu dos Presos, que será celebrado pela Igreja em todo mundo no dia 6 de novembro, quando o Pontífice pede orações por todos os presos, seus familiares, homens e mulheres.

Por conta disso, no dia 6, às 19h30, o Programa Desafios da Igreja, da TV Aparecida, apresentará a realidade carcerária do país.

VEJA A CHAMADA DO PROGRAMA:



A produção foi feita em dois meses de gravações junto à Pastoral Carcerária em seis estados brasileiros e tanto para os agentes da Pastoral quanto à equipe da tevê, a visita aos presídios foi experiência que reforçou os olhares de que o sistema prisional degrada a dignidade da vida humana.

Vale destacar a atenção do Papa Francisco com as pessoas presas, em especial neste Jubileu Extraordinário. Em 1º de setembro de 2015, em carta à Dom Fisichella, bispo responsável pelo Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, o pontífice manifestou.

“O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade… Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

No dia 3 de novembro, às 9h, no programa “Bom dia, Romeiro”, o Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, e Paulo Cesar Malvezzi Filho, assessor jurídico da Pastoral, farão a divulgação da temática do programa a ser exibido no dia 6.

Fonte: Pastoral Carcerária Nacional

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Arquidiocese de Juiz de Fora adere à campanha "SOS Furacão no Haiti”

No último sábado, 22 de outubro, Memória Litúrgica de São João Paulo II, foi lançada da Arquidiocese de Juiz de Fora a campanha SOS Furacão no Haiti, em consonância com a CNBB e a Cáritas Brasileira. A iniciativa, proposta pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, será em prol dos haitianos que ainda sofrem com as consequências do furacão Matthew, que atingiu o país em 4 de outubro.

A campanha será coordenada pelo vigário paroquial da Catedral Metropolitana, Padre Welington Nascimento de Souza, e recolherá alimentos não perecíveis, água mineral, cobertores e kits de higiene. Todas as paróquias, comunidades, congregações religiosas, colégios católicos e pessoas de boa vontade da Igreja Particular de Juiz de Fora estão convidados a contribuir.


As doações devem ser encaminhadas para a Catedral, de onde serão encaminhadas ao Haiti. A secretaria paroquial funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 21h, e domingo, das 7h às 13h e das 15h às 21h. O endereço da Catedral é Rua Santo Antônio, 1201 – Centro.

Os interessados em ajudar também poderão fazer doações em dinheiro, a serem depositadas diretamente nas contas administradas pela Cáritas Brasileira, criadas em favor das vítimas do furacão Matthew. Quem realizar o depósito deve comunicar ao Padre Welington, na Catedral, para melhor controle.

As contas são as seguintes:

Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta Corrente: 33781-1


Caixa Econômica Federal
Agência: 1041 / Operação: 003
Conta Corrente: 3943-9

Em mensagem à Arquidiocese de Juiz de Fora, Dom Gil destacou a urgência das doações. “Recordo a necessidade ser sermos céleres e dedicados, pois a fome e a sede não esperam. A todos agradeço o atencioso empenho e envio especial bênção em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Clique aqui e leia a íntegra da mensagem.

Outras informações:
Catedral Metropolitana: (32) 3250-0700
Assessoria de Comunicação Arquidiocese de Juiz de Fora: (32) 3229-5450



Fonte: Arquidiocese de Juiz de Fora

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Nota Pública: O massacre do Carandiru continua

A Pastoral Carcerária Nacional vem a público se manifestar sobre a decisão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que na terça-feira (27/09) anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, e vitimou ao menos 111 pessoas presas.

Trata-se de mais um capítulo na triste história de massacres e violências praticadas pelo Estado contra populações historicamente marginalizadas e que não poderiam ocorrer sem a cumplicidade sistemática do Judiciário e outras instituições do Sistema de Justiça.

A decisão do Tribunal paulista apenas escancara essa cumplicidade do Judiciário e o seu “rigor” seletivo na aplicação das normas penais. É sobre os pretos, pobres e periféricos desse país que recai o tratamento estatal mais brutal, bem como as interpretações mais tirânicas da lei.

A justiça criminal jamais será uma aliada dos/as excluídos/as, e mesmo que o Tribunal tivesse confirmado a condenação dos policiais, enquanto os mandantes políticos do massacre não forem responsabilizados, enquanto todos os sobreviventes e familiares não forem devidamente indenizados, enquanto os envolvidos nessa sangrenta operação policial não forem afastados da corporação, enquanto o Estado brasileiro não assumir publicamente suas responsabilidade e agir para que novos massacres não ocorram; enfim, enquanto o Estado Penal e Policial estiver funcionando e não se abolir os cárceres, não haverá paz ou justiça.

As condições que permitiram o assassinato em massa de mais de uma centena de pessoas no Carandiru permanecem e foram exponencialmente multiplicadas. A população prisional que em 1992 era de 114 mil, hoje ultrapassou a marca de 620 mil pessoas, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional. Além disso, as condições de aprisionamento permanecem aviltantes.

A mortalidade no sistema prisional é seis vezes maior do que em liberdade, e os crimes de maio de 2006, que ceifaram a vida de mais de 500 pessoas, e tantos outros massacres que se seguiram, mostram que os instrumentos de terror do Estado continuam em plena operação.

Ainda que seja totalmente repudiável a tentativa de reescrever a história do massacre e validar teses absurdas como a “legítima defesa”, a punição dos agentes mais óbvios desse crime não irá frear a barbárie em curso. O desencarceramento e a desmilitarização das polícias precisam estar em nosso horizonte imediato de lutas.
Unidos em orações e luta junto às vítimas e familiares deste trágico episódio, seguimos na luta por um mundo sem cárceres!
 

São Paulo, 28 de setembro de 2016.
PASTORAL CARCERÁRIA NACIONAL