quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Assembleia Nacional da Pastoral Carcerária reúne coordenadores em Brasília

A Pastoral Carcerária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará, entre os dias 25 e 27 de novembro, em Brasília, assembleia nacional com os membros da coordenação nacional, dos estados e do Distrito Federal. O assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária na Arquidiocese de Juiz de Fora, Padre Welington Nascimento de Souza, que também faz parte da Coordenação Colegiada da pastoral no Regional Leste 2 da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo), estará presente.

A assembleia acontece a cada dois anos com o propósito de avaliar o agir da pastoral no país, planejar ações e prestar contas das atividades feitas ao longo do biênio. Este ano, o encontro terá como tema “O sonho de Deus, um mundo sem cárceres”, e o lema “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres” (Gálatas 5,1).

Segundo Padre Welington, um dos focos do encontro será a discussão em torno do encarceramento em massa, realidade vivida pelo sistema carcerário brasileiro. “Nós vamos pensar em medidas e saídas que possam ajudar o Brasil a superar esta crise em que infelizmente as pessoas acreditam que vencemos a criminalidade criando presídios e prendendo. A realidade mostra que isso não funciona”.

Nos três dias de evento, os representantes da pastoral em 22 estados e no Distrito Federal refletirão sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e as permanentes mobilizações para a garantia da plena justiça social e da luta pelo desencarceramento, tendo como diretrizes as exortações de Papa Francisco e as propostas da Agenda Nacional pelo Desencarceramento, elaborada pela Pastoral Carcerária e outras entidades que atuam na defesa dos direitos humanos.

As mazelas recorrentes do sistema prisional brasileiro, como a superlotação, as precárias condições das unidades prisionais, a morosidade ou o punitivismo encarcerador da justiça no julgamento dos casos, entre outros tópicos, também serão debatidas na assembleia.


Outras informações:
Assessoria de Comunicação Arquidiocese de Juiz de Fora: (32) 3229-5450

Fonte: Arquidiocese JF com informações de www.carceraria.org.br


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Na TV Aparecida, Padre Valdir e Paulo Malvezzi falam sobre a realidade das prisões

A edição do programa “Bem-vindo, Romeiro”, da TV Aparecida, recebeu como convidados, em 3 de novembro, o Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, e Paulo Cesar Malvezzi Filho, assessor jurídico nacional da Pastoral.



Eles foram entrevistados pelo apresentador José Eymard e pelo jornalista Eduardo Miranda, que conduziu a série de reportagens “Desafios da Igreja – Realidade Carcerária”, que foi ao ar em 6 de novembro. No próximo domingo, dia 20, às 19h30, será veiculado mais um programa da série intitulado “Desafios da Igreja – Um mundo sem cárceres”.

Para produzir as reportagens, a equipe da TV Aparecida visitou unidades prisionais nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pará, São Paulo e Paraíba.

Padre Valdir comentou que os presos devem ser vistos pela sociedade como irmãos em Cristo e enfatizou que o sistema prisional não foi concebido como um lugar de ressocialização.

“O presídio é lugar de castigo, de punição e de vingança. A pessoa já chega lá com toda a rejeição da sociedade civil, criminalizada, e é mau tratada. No sistema prisional, o índice de mortalidade é muito superior às mortes na sociedade, é um descaso, violência, e essas mortes sequer causam impacto na sociedade. Isso não nos incomoda, não nos afeta até que alguém de nossa família passe por essa situação, só assim as pessoas abrem os olhos e o coração também”, afirmou o Padre.

Um sistema sem solução

Paulo Malvezzi destacou que a superlotação está na raiz dos demais problemas do sistema carcerário, mas isso não significa que o problema das prisões será resolvido com a abertura de novas vagas.

“É preciso reduzir a população prisional e não buscar construir novas vagas, pois o Estado Brasileiro não tem condições de manter essas vagas. Hoje temos presos cumprindo suas penas ou presos provisoriamente de uma forma absolutamente ilegal, então, o Estado está ilegalmente mantendo aquelas pessoas encarceradas. Que moral tem um Estado que não cumpre a lei para punir e para manter aquelas pessoas naquela situação? A Justiça é, de fato, uma das grandes responsáveis por manter essas pessoas presas, às vezes em situação de absoluta indignidade e por tempo desproporcional”, comentou.

Ainda segundo Paulo, nenhum modelo de aprisionamento resolverá o problema das prisões. “O sistema privatizado tem a característica de ser uma unidade altamente controlada, em que a superlotação não existe, o crime organizado não existe lá dentro, mas se escolhe quem fica e quem entra, e, acima de tudo, você não precisa lidar com os problemas do sistema prisional que existem em outros locais. Você cria vitrines, cria modelos e vende como uma solução, mas o problema é tão grave, tão extenso e tão profundo, que a gente não pode acreditar em soluções fáceis. A APAC é uma iniciativa que muitas pessoas fazem de forma caridosa, com a alma aberta, mas não é uma solução replicável. Minas Gerais tem um dos piores sistemas prisionais do país. Lá, há cerca de 2 mil pessoas em APACs e 50 mil pessoas em presídios que às vezes têm o triplo de presos que a capacidade. No presídio de cogestão, o estado faz um investimento maior por preso, não permite que o presídio seja superlotado, e, obviamente, você cria um clima de gestão muito mais propício para gerar boas imagens, você cria vitrines para vender. A Pastoral e a CNBB já se posicionaram que o preso não pode ser um objeto de mercantilização, não pode ser uma fonte de lucro. Então, a Pastoral não acredita que a privatização, seja qual forma que ela venha – por ONG, empresa, cogestão, PPP – traga qualquer benefício para o total da comunidade prisional, para todos os presos, ou que possa gerar de fato soluções para o sistema prisional”, comentou, voltando a defender o pleno desencarceramento.

“O foco é pensar formas de reduzir a população prisional, diminuir a abrangência do sistema penal, acabar com o festival das prisões provisórias e pensar outras formas de lidar com o conflito sem passar pela justiça penal. Qualquer outra coisa é paliativo”, finalizou.

Fonte: PCr Nacional

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Pastoral Carcerária Arquidiocesana celebra “Jubileu dos Presos”

Presos celebram Jubileu 
Reencontro e emoção marcaram o “Jubileu dos Presos” celebrado na manhã deste domingo, dia 6, na Catedral Metropolitana. O Jubileu foi convocado pelo Papa Francisco para que os encarcerados tivessem a oportunidade de vivenciar o Ano da Misericórdia. Quarenta detentos, dentre eles cinco mulheres, estiveram presentes e seus familiares também participaram deste momento especial.

A missa foi presidida pelo vigário geral da Arquidiocese, Monsenhor Luiz Carlos de Paula. Concelebrada pelo assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária (PCr) Arquidiocesana, Padre Welington Nascimento e pelo colaborador da PCr, Padre Valentim Meneses, msc. Participaram também os diáconos Nivaldo Ferreira (assessor eclesiástico da PCr), Jorge Moreira e Waldeci R. da Silva, além de seminaristas engajados na PCr.

Durante a homilia, Monsenhor Luiz Carlos disse que Deus inspirou o Papa para instituir o Ano da Misericórdia. Além disso, “o Santo Padre especificou que as portas dos presídios também são Portas-Santas, para que os encarcerados tenham a oportunidade de se redimirem dos seus erros”. Falou, ainda, que “para chegar no céu, devemos viver aqui e agora o que Deus nos pede, amai-vos uns aos outros” e para vivenciar a Palavra de Deus disse que devemos amar e rezar para que um dia os presos estejam felizes novamente no convívio com suas famílias.

O Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, esteve presente ao final da celebração e fez o convite para que todos rezem pelos encarcerados. Dom Gil também falou sobre o trabalho da Pastoral Carcerária, que é difícil de ser realizado, porém muito importante para que os presos e seus familiares tenham o suporte necessário nesse momento de suas vidas.

Outras presenças marcantes foram dos diretores das unidades prisionais da cidade e do juiz da Vara de Execução Penal (VEP), Dr. Evaldo Elias Penna Gavazza que falou antes do encerramento da celebração e foi claro que não deixará de ajudar aos detentos e seus familiares, “vocês podem saber que nunca estarão abandonados”, completa. Ele também destacou que Cristo tem uma predileção pelos que sofrem, porque, assim como eles, esteve preso.

Logo após a celebração, os presos puderam almoçar com suas famílias no salão da Catedral. Todos os agentes da Pastoral Carcerária (PCr) da Arquidiocese de Juiz de Fora presentes também participaram dessa confraternização, juntamente com os agentes penitenciários, os diretores das unidades prisionais, o juiz da VEP, Dr. Evaldo e o Arcebispo, Dom Gil.

Participação fundamental
A detenta, E.C., 32 anos, é mãe de quatro filhos e esteve presente na celebração. Ela está presa há um ano e seis meses e disse que foi boa essa oportunidade porque não via seus filhos há muito tempo. Também contou que faz muito tempo que não entrava numa igreja e que “deveria ter mais missas como essa”. Ela conseguiu ver apenas dois dos seus filhos, porém ficou muito emocionada com esta chance. “Foi muito bom também porque eu saí da cadeia um pouco. ”

Confira a cobertura fotográfica completa em nosso Facebook.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Milhares de detentos estarão com o Papa no Jubileu dos Presos

Jubileu dos Presos será realizado no Vaticano nesse fim de semana; detentos de várias partes do mundo estarão com o Papa

“Estamos na reta final e temos agora dois encontros importantes”, declarou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, ao introduzir na manhã desta quinta-feira, 3, a apresentação do Jubileu dos Encarcerados e das pessoas socialmente excluídas, que será realizado no Vaticano nos dias 5 e 6, e de 11 a 13 de novembro.

O Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que no Jubileu dão um forte sentido de preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O arcebispo revelou ainda que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.


Detentos de diversos países
Para o Jubileu dos Encarcerados que será no dia 6, foram convidados os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres.
“Até o momento, inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”, antecipou Dom Fisichella


O serviço litúrgico, disse ainda o bispo, será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes.

Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração.

O Programa
“O programa do Jubileu dos Encarcerados é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado, os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”, informou Dom Fisichella.


Testemunhos
Também está previsto no Jubileu dos Presos um momento de testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão falará junto à vítima com a qual se reconciliou. Outro testemunho será o do irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão. Um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos.


Participantes
O grupo mais numeroso de prisioneiros é da Itália. Estarão presentes menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas.

Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização – que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. “Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.

Interesse do Papa pelos encarcerados
O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados. Como exempli, ele lembrou a primeira celebração de Francisco na Quinta-Feira Santa, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, e suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016.

Da Redação, com Rádio Vaticano
Fonte: Canção Nova

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Detentos de Juiz de Fora vivenciam Ano da Misericórdia em Jubileu dos Presos

Os detentos do Sistema Prisional juiz-forano terão a oportunidade, esta semana, de participar efetivamente do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, iniciado em 8 de dezembro de 2015 e que será encerrado no próximo dia 20. A Pastoral Carcerária (PCR) da Arquidiocese de Juiz de Fora organizou a “Semana de Misericórdia com os Presos”, que culminará no Jubileu dos Presos, convocado por Papa Francisco, no dia 6 de novembro.

Na tarde desta terça-feira, 1º de novembro, seminaristas do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio se dividirão em grupos para fazerem visitas ao Ceresp e à Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires. Segundo o assessor eclesiástico da PCR arquidiocesana, Padre Welington Nascimento de Souza, em ambas as unidades, o objetivo será “escutar os presos, ouvir seus clamores e vivenciar a misericórdia de Deus na pessoa de cada encarcerado”.

O ponto alto da Semana da Misericórdia será no domingo, 6 de novembro, quando haverá o “Jubileu dos Presos”. Na oportunidade, 40 detentos participarão de Santa Missa na Catedral Metropolitana, marcada para as 10h. Logo após, participarão, junto com suas famílias, de almoço oferecido pela Pastoral Carcerária.

No mesmo dia, a orientação da Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária do Regional Leste 2 da CNBB (Minas e Espírito Santo) é que, em todas as missas e celebrações, seja rezada uma prece na intenção dos encarcerados e seus familiares.

Outras informações:
Assessoria de Comunicação Arquidiocese de Juiz de Fora: (32) 3229-5450


Fonte: Arquidiocese JF