terça-feira, 27 de junho de 2017

A morte do Monsenhor

Havia terminado de celebrar a Santa Missa. Eram dezoito horas. Tomou seu carro e partia para outra comunidade, onde elevaria novamente o Cálice da Salvação, consagraria o Pão da Vida e serviria novamente a Palavra aos fiéis. Com ele estava Dona Ilda Maria Nader Araújo, auxiliar nos trabalhos paroquiais, boa mãe de família, que veio a óbito às 22h30 no HPS, em Juiz de Fora.

Ao adentrar na pista asfáltica, o Padre não percorrera dois quilômetros quando seu carro foi violentamente atingido por outro que invadira a sua pista, guiado por motorista alcoolizado, segundo laudo policial, causando a morte do sacerdote e da fiel colaboradora.

Para além da dor terrível que o fato causou em nossa alma, no coração de todos os seus irmãos sacerdotes e da comunidade paroquial de Nossa Senhora das Estradas, a que servia ultimamente, umedecidos todos pelas lágrimas, algumas coincidências chamam à atenção de quem crê, o que vem sublimar o sofrimento e minimizar a dor. Para os que creem, as palavras tomam sempre novo sentido nos momentos certos, nos lugares certos, sobretudo nos acontecimentos incertos da vida. Deus é infinito em misericórdia!

Monsenhor Antônio Cornélio Viana, tendo sido ordenado sacerdote em 20 de dezembro de 1969, nos primeiros anos serviu a Deus na cidade de Trindade-GO, onde liderou a construção de grande parte do Santuário do Divino Pai Eterno, hoje famoso pela atuação de Padre Robson Oliveira Pereira, CSsR. Por mística coincidência, seu passamento se deu no sábado, aos 10 de junho à tarde, quando a Igreja já celebrava o Domingo da Santíssima Trindade, sendo esta a última liturgia que presidiu.

Na primeira leitura, havia ouvido, do Livro do Êxodo, as últimas palavras do texto litúrgico: ...acolhe-nos como propriedade tua (Ex 34,9). Ao Salmo, cantara ao Deus Altíssimo: Sede bendito no celeste firmamento (Dn 3).

Tendo sua vida marcada pela serenidade no relacionamento com todos, com manifesto dom de solucionar conflitos com maestria e contínuo sucesso, concluía a sua existência terrena ouvindo na segunda leitura os termos paulinos ditos aos Coríntios: ...encojai-vos, cultivai a concórdia, vivei em paz... (I Cor 13, 11). Leu no Evangelho do dia: Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16).

Quem pode duvidar que estas palavras tenham sentido exato para o momento da partida de alguém que ofereceu a sua vida para proclamar a fé, para orar incessantemente, para semear a paz, para servir unicamente a Deus, superando desafios e problemas, para anunciar a ressurreição como fim último de nossa existência, para servir a Cristo, como discípulo, pregando a Palavra, celebrando a Eucaristia, fazendo o bem a todos?

Quem, movido pela fé, não enxergará sinal do amor de Deus, ao chamá-lo na ocasião em que as comunidades estavam celebrando os festejos de Santo Antônio, do qual recebeu o nome na Pia Batismal?

Quem deixará de associar seu passamento, provocado por pessoa dependente de álcool, aos seus contínuos esforços em favor da recuperação de jovens dominados pelas drogas, e sobretudo com seu interesse e efetiva participação na instalação de duas Fazendas da Esperança na Arquidiocese de Juiz de Fora?

Quem não encontrará o amor de Deus por esta alma que soube se esforçar para ultrapassar barreiras, para erguer-se de quedas, para santificar-se no correr da vida, mas nunca abandonar a Congregação do Santíssimo Redentor, vindo a ter sua última morada em jazigo de necrópole cuidada pela referida Congregação?

De minha parte, cheio de admiração e gratidão, entrego nas mãos de Deus o corpo e a alma deste santo homem, com certeza de que, enquanto esteve ao meu lado com várias funções eclesiais, foi um sacerdote exemplar na dedicação pastoral, na humildade da obediência (ele nunca recusou nem questionou nenhuma nomeação) e nunca exerceu qualquer missão, por mais simples que fosse, com tristeza ou má vontade.

Tendo sido Vigário Geral desta Igreja Particular por 13 anos, Pároco da Catedral Metropolitana por igual período, renunciou a estes cargos por desejar trabalho mais humilde. Porém, não pudemos dispensá-lo das funções de Ecônomo Arquidiocesano, o que exerceu com lisura e competência até o seu último dia entre nós.

Nascido em Carvalhos-MG, aos 5 de maio de 1937, completou seus oitenta anos no mês anterior, ocasião em que afirmara que estava feliz, pois não possuía mais nenhuma propriedade e que já se encontrava com sua “malinha pronta” (sic) para quando o Senhor o chamasse.

Às Missas de 7º dia, celebradas na sua Paróquia de Igrejinha e na Catedral Metropolitana, um grande número de fiéis compareceu comovidos e plenos de gratidão. Um grande painel com sua foto, na Paróquia de Nossa Senhora das Estradas, colocado ao lado do altar, parecia resumir sua pregação: “foi-se o missionário, continua a missão”!


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Cinco presos morrem por mês nos presídios do RJ, diz levantamento; maior parte é por doença


Por Marco Antônio Martins
Do G1


Cinco presos morreram por mês, em média, entre 2010 e 2016, no sistema penitenciário do Rio. Dentre as 442 mortes ocorridas nas cadeias, 278 ocorreram por doenças e 17 casos por insuficiência respiratória (mortes que o Ministério Público classifica apenas dessa forma e não como doença). E em 117 casos não se sabe o que causou a morte dos internos.

Os números fazem parte de um levantamento do Ministério Público estadual do Rio e do Instituto Igarapé, que afirmam terem usado como base dados oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Os dados serão apresentados nesta quinta-feira (22) em um encontro na sede do MP, no Centro do Rio.

Segundo autores do levantamento, a ideia da formulação do estudo é discutir a situação no sistema penitenciário do Rio e buscar soluções para os problemas. Uma delas é a reativação do Conselho da Comunidade, grupo formado por profissionais de diferentes instituições e da sociedade para auxiliar no contato com os presos. O sistema penitenciário do Rio tem 51 mil detentos divididos em 43 unidades.

O G1 consultou a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária sobre o levantamento, mas o órgão não se pronunciou.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Assessor Eclesiástico da PCr comemora aniversário

Na noite de ontem, dia 21, o assessor eclesiástico da PCr, padre Welington Nascimento, presidiu a missa das 19h, na Catedral, para celebrar mais um aniversário natalício e, em seguida, as pastorais que atuam na paróquia realizaram uma confraternização.

Pedimos a Deus muitas bênçãos e a luz do Espírito Santo para que o padre siga firme na sua vocação.

Conheça o padre Welington

Pe. Welinton nasceu em Juiz de Fora, em 21 de junho de 1980 e atua na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora desde 2014.

Foi ordenado diácono em 1º de fevereiro de 2014, em Juiz de Fora, e em 16 de agosto de 2014 aconteceu sua ordenação sacerdotal, na mesma cidade.

Atuou nas paróquias: São Martinho de Lima (Diocese de Óbidos - PA) e na Paróquia Santo Antônio (Catedral). E será transferido, no próximo mês, para a Paróquia Nossa Senhora do Líbano, bairro Grajaú.

Assumiu a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Juiz de Fora em 2016 e, desde então, tem realizado um trabalho muito ativo junto aos irmãos encarcerados.

Confira as fotos em nosso Facebook.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Quarto e último dia da Catequese Marial reflete sobre “Quem é Maria”

O assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária Arquidiocesana,
pe. Welington, marcou presença no encontro

No último sábado, 17 de junho, foi realizado na Catedral Metropolitana o último encontro da Catequese Marial. Na ocasião, o arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, trouxe como reflexão o tema “Quem é Maria?”.

O arcebispo começou o encontro lembrando que na Bíblia não encontraremos passagens que falem dos pecados de Nossa Senhora, porque ela não os tinha. "Ela não teve pecado, por isso, a chamamos de Imaculada Conceição", destacou.

Dom Gil ainda recordou a passagem do Evangelho de João das Bodas de Caná, em que Maria notou que estava acabando o vinho da festa e disse aos que estavam trabalhando: "Fazei tudo o que Ele vos disser". Segundo o pastor, Nossa Senhora, através desta passagem, nos ensina a confiar e acreditar em todos os momentos em seu Filho, Jesus. Maria é exemplo de fé e esperança para todos nós.

No primeiro encontro da Catequese Marial, no dia 6 de maio, os fiéis puderam refletir sobre “Maria na Igreja”, enquanto que no dia 20 do mesmo mês, o assunto foi “Maria na Bíblia”. No último sábado, 10 de junho, Dom Gil falou sobre “Maria nos últimos Papas”. Para a professora Maria Imaculada, que participou dos três encontros e o de sábado (17), esses momentos foram importantes para conhecer e se aprofundar mais sobre Nossa Senhora. "Nós, de certa forma, desconhecemos esse universo de Maria, e esses conhecimentos vêm nos fortalecer na fé", ressaltou.

Segundo Dom Gil, durante os quatro encontros sobre Nossa Senhora, todos procuraram aprofundar os conhecimentos sobre a mãe de Jesus. "Penso que o grupo que pôde estar aqui desde o primeiro encontro possa ter recebido informações mais amplas sobre a figura e a pessoa da Mãe do Salvador", concluiu.

A Catequese Marial foi uma iniciativa da Arquidiocese de Juiz de Fora para celebrar de forma mais efetiva o Ano Nacional Mariano. O auge das comemorações será no dia 12 de outubro, data que marcará os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.

Texto e foto:Assessoria Arquidiocese JF

quarta-feira, 14 de junho de 2017

PCr arquidiocesana presta homenagem ao mons. Viana e à Sr.ª Ilda

A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Juiz de Fora presta a sua homenagem ao monsenhor Antônio Cornélio Viana, que faleceu no último sábado vítima de um acidente automobilístico na BR-267, que também causou a morte da Sr.ª Ilda Maria Nader Araújo, sua amiga pessoal e colaboradora na Paróquia Nossa Senhora das Estradas.


Ordenado presbítero em 20 de dezembro de 1969, mons. Viana completou 80 anos no último dia 5 de maio. Nascido em Carvalhos (MG), o sacerdote foi pároco da Catedral de 2002 a 2014, passou por diversas paróquias e, por vários anos, foi Vigário Geral da Arquidiocese e administrador do Ceflã. Atualmente, trabalhava na Paróquia Nossa Senhora das Estradas, em Igrejinha, além de ser ecônomo da Cúria Metropolitana.

Que Deus dê consolo às famílias e aos amigos do mons. Viana e da Sr.ª Ilda. Agradecemos pelo trabalho desempenhado pelos dois em nossa igreja particular e pela dedicação e carinho com todos que mantiveram contato com eles.

Confira a reportagem feita pela WebTV A Voz Católica durante a missa de corpo presente do mons. Viana.



quinta-feira, 8 de junho de 2017

PCr Arquidiocesana promove retiro anual para seus agentes




A Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Juiz de Fora vai realizar o retiro anual de agentes entre os dias 23 e 25 de junho, com o tema “Fazei tudo aquilo que meu Filho vos disser” (João 2,5). O encontro acontecerá no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, que se localiza na Av Rio Branco, 4516.

Entre os assuntos que serão abordados no encontro estão “A realidade do Sistema Carcerário no Brasil” e "Pastoral Social".

As inscrições podem ser feitas na recepção da Catedral Metropolitana de Juiz de Fora ou através do e-mail pastoralcarcerariajf@gmail.com. O valor é R$40 (quarenta reais).

Outras informações com o nosso assessor eclesiástico, pe. Welington Nascimento através do telefone 3250-0700.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O que é Pastoral Social?

A Pastoral Social integra, junto com outros setores, a dimensão sócio transformadora da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. A partir da expressão acima, entende-se que o Objetivo Geral dessa dimensão seja “contribuir, à luz da Palavra de Deus e das Diretrizes Gerais da CNBB, para a transformação dos corações e das estruturas da sociedade em que vivemos, em vista da construção de uma nova sociedade, o Reino de Deus”. A Pastoral Social, por sua vez, tem como objetivo desenvolver atividades concretas que viabilizem essa transformação em situações específicas, tais como o mundo do trabalho, a realidade das ruas, o campo da mobilidade humana, os presídios, as situações de marginalização da mulher, dos trabalhadores rurais, dos pescadores e assim por diante.

Parte-se do pressuposto de que nossa sociedade assenta-se sobre estruturas injustas e pecaminosas, como nos alertam os documentos do episcopado latino-americano nas assembleias de Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992), referindo-se à violência institucionalizada e a outras expressões de igual teor. Daí a necessidade de trabalhar por sua transformação e, por outro lado, buscar alternativas na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna.

Neste sentido, a Pastoral social procura integrar em suas atividades a fé e o compromisso social, a oração e a ação, a religião e a prática do dia a dia, a ética e a política. Aqui é preciso superar as dicotomias entre “os que só rezam” e “os que só lutam”, “os que louvam e celebram” e “os que fazem política”. Na verdade, a verdadeira fé desdobra-se naturalmente em compromisso diante dos pobres. A ação social é condição indispensável da vivência cristã. O compromisso sociopolítico não é um apêndice da fé. Ao contrário, faz parte inerente de suas exigências. A fé cristã tem, necessariamente, uma dimensão social. Não é isso o que nos ensina o episódio do Bom Samaritano? Ou seja, entrar ou não entrar na vida eterna é uma alternativa que está condicionada à atitude frente ao irmão caído e ferido na beira da estrada. Tal condição se torna ainda mais clara no texto do Juízo Final: “Vinde benditos de meu Pai, porque estava com fome e me deste de comer.”

Evidente que a Pastoral Social não tem o monopólio da transformação social e da busca de alternativas. Outras pastorais e dimensões da Igreja também trabalham na mesma direção. Mas, no caso da Pastoral Social, essa é sua missão específica, intransferível. É a razão de sua existência. Constitui sua identidade. Vale sublinhar ainda que sequer a Igreja detém semelhante monopólio. Outras Igrejas, cristãs ou não, preocupam-se pela transformação das estruturas injustas da sociedade. O mesmo se pode dizer de inúmeras e variadas instituições civis, entidades, movimentos sociais, organizações de base, associações, pessoas, enfim, milhares de iniciativas em curso. O Reino de Deus, como sabemos, ultrapassa as fronteiras da Igreja e exige fé e pé na caminhada.

Cartilha da Pastoral Social da CNBB