Espiritualidade

A VI Conferência Episcopal latino-americana e Caribenha, em Santo Domingo, República Dominicana, em outubro de 1992, confirmada pelo Documento de Aparecida, apresentou os elementos básicos de Espiritualidades da pastoral carcerária como:
1) Espiritualidade trinitária. 
“Uma autêntica proposta de encontro com Jesus Cristo deve se estabelecer sobre o sólido fundamento da Trindade-Amor. A experiência de um Deus uno e trino, que é unidade e comunhão inseparável, permite-nos superar o egoísmo para nos encontrar plenamente no serviço para com o outro.” (DA.240).

2) Espiritualidade de comunhão, de inclusão e de diálogo. 
“A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14).” (DA.161).
3) Espiritualidade de Encarnação: de presença, de escuta e de acompanhamento. 
“Na história do amor trinitário, Jesus de Nazaré, homem como nós e Deus conosco, morto e ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. No encontro de fé com o inaudito realismo de sua Encarnação, podemos ouvir, ver com nossos olhos, contemplar e tocar com nossas mãos a Palavra de vida (cf. 1 Jo 1,1), experimentamos que “o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a humanidade doente e extraviada. Quando em suas parábolas Jesus fala do pastor que vai atrás da ovelha desgarrada, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro de seu filho pródigo e o abraça, não se trata só de meras palavras, mas da explicação de seu próprio ser e agir”. Esta prova definitiva de amor tem o caráter de um esvaziamento radical (kênosis), porque Cristo “se humilhou a si mesmo fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz”. (Fl 2,8) (DA. 142).

4) Espiritualidade de encontro com a pessoa de Jesus Cristo.
“O acontecimento de Cristo é, portanto, o início desse sujeito novo que surge na história e a quem chamamos discípulo: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”. Isto é justamente o que, com apresentações diferentes, todos os evangelhos nos tem conservado como sendo o início do cristianismo: um encontro de fé com a pessoa de Jesus (cf. Jo 1,35-39)”. (DA 243).

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